5.21.2010

Ao meu doce, lindo e confortável pesadelo

Eu não queria mais ter que esperar para que aqueles dois olhos negros, vibrantes, firmes, profundos e concentrados perfurassem novamente a minha carne, dessa vez, com muito mais voracidade.
Não queria ter que passar as noites rolando sozinha naquela cama enorme e gelada, implorando ao sono para que viesse logo e eu pudesse fugir um pouco da minha realidade.
Queria não precisar planejar ou esperar uma noite com abraços quentes, barulhinho de respiração e um coração pulsando sob a minha mão enquanto eu durmo.

Nada para me impedir de estar ali. Pra sempre, sem preocupação alguma sobre que dia é hoje, que horas são, sem "preciso ir trabalhar", sem telefones, campainhas. Sem nenhuma necessidade além de nossos olhos colados, nossos lábios colados, nossos corpos colados, nossas almas coladas; essas duas peles arrepiadas ao toque das mãos quentes e meio suadas, cabelos desarrumados e algumas palavras sussurradas aleatoriamente.
E os dedos contornando meu quadril...